O desafio da conectividade e da acessibilidade foi o tema da terceira mesa redonda do seminário “Atividades acadêmicas e suas intenções em tempos de pandemia: construindo caminhos”. Entre os debatedores da mesa, mediada pela professora Virgínia Passos, estavam Isabel Angelim, assistente social da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PROAE) da UNIVASF, Milton Pereira, revisor de textos em braille do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UNIVASF, Thiago Oliveira, coordenador de infraestrutura e serviços de rede da Secretaria de Tecnologia de Informação (STI) da UNIVASF, e o professor Julianeli Tolentino de Lima, ex-reitor da UNIVASF.
As diferentes falas permitiram discutir e relacionar assuntos como o perfil socioeconômico dos estudantes da UNIVASF muitos pertencentes às classes populares e alguns até em situação de vulnerabilidade social e que, portanto, certamente teriam dificuldades de acesso a dispositivos e conexão requeridos em atividades remotas. Dificuldades essas que somam-se a outras condições como a nova rotina durante a pandemia, sobrecarregada com afazeres domésticos, cuidados com familiares e educação de crianças. Foram mencionadas também as diversas ferramentas e plataformas para atividades remotas e tecnologias assistivas existentes atualmente as quais poderiam permitir a continuidade do processo formativo à distância, inclusive para estudantes com deficiência. Porém, para tanto faz-se necessário o acesso a esses recursos pelos estudantes e o treinamento dos servidores, técnico-administrativos e docentes. Nesse ponto é importante ressaltar também a estrutura de rede insuficiente, principalmente nos demais campi da Univasf distantes do campus sede, para garantir as atividades remotas oferecidas por todos os docentes e para todos os estudantes. Outro problema ainda é a falta de informação a respeito de recursos possíveis ou já disponibilizados pelo MEC para a UNIVASF. Conversamos ainda sobre as dificuldades políticas e administrativas enfrentadas atualmente pela UNIVASF em função da troca abrupta e não planejada da gestão em setores fundamentais ao enfrentamento da situação atual. Ressalta-se também a importância da participação dos diversos atores da comunidade acadêmica e também da comunidade externa na busca de estratégias não excludentes.
Ao fim, ficou evidente que um dos grandes empecilhos à realização de atividades remotas de forma satisfatória e com equidade social é, além da infraestrutura insuficiente da UNIVASF e dos municípios com campi da universidade, a dificuldade de acesso aos recursos tecnológicos por parte de nossos estudantes, reflexo da imensa desigualdade social de nosso país. Essa questão é especialmente presente em uma universidade como a UNIVASF, situada no interior nordestino, socialmente referenciada, preocupada com o aprofundamento das desigualdades sociais historicamente impostas e que ousou incluir em seu corpo discente pessoas de camadas sociais mais vulneráveis.
A Sindunivasf agradece a todos que viabilizaram essa discussão e sente-se orgulhosa de pertencer e representar esse coletivo de professores atuantes em prol da redução das desigualdades sociais de nosso país, desigualdades tão agravadas pelo cenário da pandemia.
Confira o video completo no link: https://youtu.be/Yp1XxwXE-BE
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